ora eu tinha ficado no singletrak do milho. Logicamente que este trilho com o decorrer da prova começou cada vez a ficar mais largo, tendo surgido duas escapatórias que serviam na plenitude os mais afoitos.
A seguir à corte que por acaso era de porcos pretos, iniciamos uma sequência de subidas e descidas sempre embrenhados num bosque fantástico. Ladeavamos um campo de milho já bem crescido, com uma lomba invertida a meio, virando de seguida à dta onde percorríamos um singletrack entre muros com uma curva à esq antecedida por zona de lombas, que mais pareciam as vibroplate, resultado das várias travagens que eram feitas. A particularidade nesta zona era o pormenor de um buraco lá existente que estava tapado por uma pedra que parecia ter sido feita de propósito para o dito cujo, a perfeição de encaixe era tanta, que as lombas anteriores provocavam mais vibração.
Circundávamos um campo, sempre ladeados de muros até desembocarmos na Rua Antonio José Faria Brandão, virando à dta, sentido aqui tal como filme singin' In the rain, adaptado aqui para Pedal In the rain. Santas crianças que em bendita hora pegaram nas mangueiras e molhavam os atletas, aquela chuvinha espontânea e local dava uma frescura que até dava ganas de continuar e regressar rapidamente aquela zona. Uma das voltas pus-me a fazer chicane entre pipos já que mantendo aqueles movimentos circulares conseguia manter-me mais tempo debatido de água. O Jorge Moniz ofereceu-me shampoo mas como não tinha trazido o amaciador e a prova ainda não tinha acabado não pude aceitar. Nesta zona também estava a mesa de controlo que constantemente dava palavras de conforto e de apoio, o Francisco Carvalho tinha sempre uma palavra de incentivo. A partir daqui entravamos na Quinta do Ortiga, após passarmos o viaduto pedonal sobre a Av. 9 de Julho, e começávamos a percorrer o campo de milho até entrarmos no bosque adjacente à ciclovia e subirmos ligeiramente até aquela maravilhosa descida, cheia de raízes com vários drops, apesar de existir um que me tirava do sério. Treze vezes que lá passei treze vezes que me diverti a saltar. Fiz aquela descida por todos os percursos imagináveis, para mim está é a pérola deste percurso em conjunto com aquele salto maravilhoso no bosque da Quinta do Vinhal. A velocidade aqui era tanta que alguns pensavam que eu estava lutar pelos lugares cimeiros, mas não! Estava apenas a divertir-me. Mas logo se apercebiam desse facto tal era a velocidade que depois assumia após a descida, devagar devagarinho que também servia para absorver todas as sensações vividas naqueles metros de descida. Aqui também dava para pensar que já só faltavam 8 km para voltar lá. :-)
Depois da ciclovia cruzávamos em sentido contrário com todos aqueles que estavam a iniciar a volta e assim continuávamos até encerrarmos a nossa volta. Isto era interessante porque conseguíamos ver o ritmo dos nossos "adversários", eu por exemplo estava sempre atento às voltas dos primeiros porque olhando para eles eu via qual a velocidade que tinha de ir, por segundos o impulso era imprimir uma cadência mais forte, mas a mim ensinaram-me a não seguir cegamente os meus impulsos, e logo refreava os ânimos.
A zona espectáculo tal como no ano transato estava um "espectáculo" com a melhoria de o terreno estar mais coeso não tendo tanta terra solta tornando o percurso nesta zona muito mais agradável.
Resumidamente, esta foi para mim a melhor de todas as edições. A preocupação da organização em dar instruções para os atletas se hidratarem era coadjuvada com os pontos de hidratação nas zonas de controlo.
Esta equipa foi incansável poderia nomear todos os elementos da organização mas decerto seria injusto porque me iria esquecer de alguém e por isso este agradecimento estende-se a todos os amigos do pedal, as Classificações.net, que também entraram na festa, dando água na zona de controlo e ajudando quando o meu nome não aparecia na listagem.
Abaixo coloco as fotos que já encontrei mas mais aparecerão e depois farei uma última crónica sobre as 24 h BTT de Famalicão.